segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cirurgia Plástica...Porque não?



Eu sou descendente de japonês dos olhos bem puxadinhos..rs quando me separei e vim morar na capital, vim com todo gás de quem procurava uma vida completamente diferente da anterior. Eu praticamente vivia enclausurada e quando resolvi sair foi como se estivesse me libertando pra fazer tudo o que eu tinha vontade e não tinha coragem. Afinal, depois de ter passado perto da morte, eu queria viver "muitas emoções", como diria Roberto Carlos.Em uma dessas, minha irmã me falou que iria fazer uma plástica na barriga. Até então, eu só tinha vontade, mas nunca pensei que um dia iria ter coragem de fazer. Fui um dia com ela na clínica pra conhecer o médico, que além de bonito é super-gente fina..rs Se dependesse de mim, eu queria fazer tudo, mas como tudo é muito caro, decidi por fazer o meu rosto, mas no dia da cirurgia, a médica anestesista disse que só faria comigo em um hospital, devido a minha situação.Acho qçue deve ter sido a coisa mais inusitada do mundo, uma cadeirante aparecer numa clinica de estética,, ainda mais pra fazer uma plástica..rsrsr E quem disse que cadeirante ou quem tenha qualquer outra deficiência, não pode querer se sentir mais bonita? Nós não morremos não! Resultado, fui pra outra clínica, mas o mesmo médico e fiz as pálpebras. Depois que eu percebi que antes não enchergava tão bem como deveria ser. Algum tempo depois, descobri que o plano de saúde estava pagando cirurgia na barriga, pra quem tinha barriga de "avental". Fiz também e tirei 1kg e meio de banha. O problema é que sempre fui gordinha e esses pequenos procedimentos que fiz, aumentaram e muito a minha auto-estima. Eu não me arrependo de ter feito. Tenho vontade de fazer outros, mas acho que encerrei apenas por causa do pós que é muito chato.Acho que ninguém tem que se limitar e, na medida do possível,tentar realizar sonhos, mesmo que sejam maluquices..rs Tem gente que acha um absurdo eu ter feito e me arriscado, mas acho que cada um sabe onde o "calo" lhe aperta, não é mesmo?

domingo, 4 de abril de 2010

Bexiga Neurogênica


Uma das coisas que a gente quase não ouve falar é sobre bexiga neurogênica. Acho que hoje é a coisa que mais me incomoda.Eu tenho a bexiga hiperativa. A pressão interna é alta e só faço xixi de sonda. No início era bem pior. Quanda sai da reabilitação e fui pra casa, eu usava fraldas e por muitas vezes ficava encharcada. Sei que é meio nojento,mas quem vive esse problema sabe como é. NO início eu relutava em sair de casa por conta disso. Já pensou, vc no meio de um bar, ou na casa de alguém e de repente vc tá toda mijada e fedendo? Já passei por tantos constrangimentos! Mas, com o tempo, a vontade de sair de casa foi maior que a minha vergonha.Eu morava no interior e nem ouvia falar em banheiros adaptados. Na verdade os banheiros dos bares era tão nojento que não dava pra ninguém usar..rsrs o pior de interior é que todo mundo te conhece; então, todo mundo sabe quando acontece alguma coisa com você e ficam te olhando com aquela cara de dó...ô raiva! e quando eu viajava? geralmente eu chegava no destino com o banco do carro todo molhado e eu molhada até a cintura. E a vergonha de sair do carro? Porque quando você chega, vem todo mundo te encontrar e ajudar a sair do carro.Ainda por cima tinha meu ex-marido (que ninguém merece!)que falava com um bocão: pô, meu banco tá todo molhado e fedendo! ai era hora dos olhares de pena e eu querendo enfiar a minha cara no chão e com vontade de matar meu marido!As minhas pesquisas de compras eram de fraldas geriátricas...rsrsr quando achava,comprava logo pra um mês inteiro.Pra onde eu fosse, tinha que levar aquele montão de fraldas.Fora que você não se sente nada sexy usando fraldas geriátricas..rs, mas ainda bem que meu ex não ligava pra isso..rs
Quando me mudei pra Salvador, resolvi procurar o mesmo urologista que cuidou de mim no Sarah.No inicio fiquei só na base do remédio que diminuía a pressão interna, mas não estava adiantando. Quando fiz a urodinâmica, minha bexiga suportava apenas 60ml, acima disso, começavam as perdas. Meu médico disse que só com cirurgia pra resolver o meu problema.Como a minha vontade de melhorar era maior que tudo,fui fazer. Isso já faz mais de 3 anos. REtira-se uma alça do intestino e aumenta o tamanho da bexiga. Depois disso, era pra minha bexiga suportar até 600ml e ficar as 6 horas para fazer o cateteristo. Mas a coisa não deu muito certo. Claro que foi ótimo, porque hoje não uso mais fraldas,mas continuo tomando medicação pra pressão interna e continuo fazendo cateterismo. Hoje a minha bexiga suporta no máximo uns 370ml, isso quando está muito cheio e o intervalo do cateterismo continua de 3 horas. Hoje é um alívio imenso não usar mais fraldas, mas ainda estou muito restrita na minha vida social por conta disso. Mas não deixo de sair e me divertir, só que procuro ir onde sei que tem banheiros adaptados, o que faz com que minhas opções sejam poucas. Hoje só o que me segura em casa é a falta de dinheiro..rsrsr

sábado, 3 de abril de 2010

Apresentação


Sou cadeirante desde novembro de 96 quando sofri um acidente de carro. Estava sem cinto de segurança e fui lançada pra fora do carro.Nesse acidente, perdi duas pessoas queridas: o marido de minha amiga e o filho caçula dela que estava com 6 anos. Tínhamos ido a um pesque-pague. Era domingo e morávamos numa cidade do interior.Eu e minha amiga éramos colegas de trabalho.O carro era uma D-20 cabine dupla e estavamos eu, meu marido, meu filho que também tinha 6 anos, minha amiga, o marido dela, o filho caçula e as duas filhas mais velhas.O acidente foi no retorno da pecaria e até hoje ninguém sabe dizer ao certo o que aconteceu.Acreditamos que o motorista, que era o marido de minha amiga, dormiu.Incrivelmente, eu também adormeci, coisa que nunca havia me acontecido. Quando despertei foi com alguém gritando que íamos cair numa ribanceira. O motorista, com o susto, puxou o volante e depois retornou. Nessa, o carro capotou, a porta dele se abriu e ele bateu com a cabeça no asfalto.Eu me lembro pouco coisa do acidente em si. Mas, resumindo, tive lesão medular incompleta na C7 /T1 e fiquei 06 meses internada no Hopital. Desses 06 meses, 05 foram num hopital de reabilitação, de onde sai andando com um andador.Quando saí do hospital, não tinha cadeira de rodas, porque achavam que eu não iria necessitar, mas quando cheguei em casa, de onde tinha saído andando, a minha cabeça deu um nó e a ficha caiu.Ainda tentei um tempo ficar sem a cadeira, mas a necessidade falou mais alto.A minha maior dificuldade sem a cadeira era porque eu sou muito baixinha e de origem japonesa e minhas pernas não curtas..rs então era difícil sentar numa cadeira normal, porque minhas pernas ficavam dependuradas e depois não conseguia levantar. Eu ando muito devagar, então pra sair era muito difícil. Depois que comprei a minha cadeira, tudo ficou mais fácil.Continuo fazendo fisioterapia depois de 13 anos, mas sempre com a minha cadeira por perto.